I
Se tristeza matasse,
Mataria-me para não sofrer com suas regalias,
Porque todo dia ando por ruas noturnas,
Vazias e depressivas,
Em meio aos riscos de chuva pesada, que já nem sinto batendo em mim.
II
E, parece-me que, ao chegar em casa,
A única que me aguarda é a melancolia…
Junto com a solidão que sempre nos acompanha.
III
Em seguida, meus dias passam como se vivesse olhando para a janela…
Vendo imagens foscas e turvas
De ninguém. Só de mim:
Espelhado no espelho trincado… bem no meio de minha face,
– de olhos, nariz e orgulho rachados.
IV
Uma alma perdida talvez…
Uma vida irrelevante…
Não sei.
V
Se tristeza matasse,
Eu morreria…
E ninguém saberia…
E ninguém choraria…
Por puro desinteresse
(à morta viva)