Os carros
passam
desgovernados
com o dos acordes que
silêncio
soam das vozes estranhas
e ausentes
nos rádios não sintonizados para o mundo.
E cada um em seu aqui
e agora…
em um daqueles instantes pessoais e relativos…
E cada um, por si,
afora
mal pensando ou poetizando o que não há para poetizar….
Batucam seus volantes,
fumam sua paciência
e tateiam suas tecnologias portáteis.
Cada mundo diferente
– situado em carros diferentes –
reside no
vazio.
E cada um somente enxerga o tédio;
E cada um somente enxerga a pressa;
E cada um somente enxerga seu reflexo
observando seus olhares abstratos.
Não sei quantos são capazes de olhar através da janela.