“a mente
desconexa
surpreende a primeira imagem
das faces na penumbra
para minha visão convexa e
por vezes
diminuta
numa
com tí nua
odisseia ao real no eu
talvez o que se sonha
seja o que é
e talvez nada seja sonho
ou nada seja algo
quem
diz
o
que
não
sei
se
é
dito
?
meu onirismo me vive uma vida de outrem
dormindo em leitos fantasiosos
rimando prosa e poesia
num eterno e findo agonizar inaudito
tudo
confunde
tudo
parece
assimilar
e somente
os olhos
do eu não assimilam
o que é ou o que parece ser
durmo uma vida
em toda a sua
completude
e o sonho que sonho
é
tão vida
quanto
a
vida
dormida
o que se fala é
monólogo irreal em minha aparente solitude
o simples e o complexo
se es va em
com a memória
do que
se foi
ou do que
parece ter sido
e as informações que um dia obtive
são
impiedosa-
-mente
para sempre apagadas
desrealizo
feitos
fatos
rostos
e histórias
e o que resta é sonho:
realidade fantasiosa
ou fantasia
realista…”
mas
feito menino pela primeira vez apaixonado,
sonhei com amores e me frustrei com irrealizações.
ao longo da breve vida que até aqui tenho levado,
escrevi versos açucarados e inventei findas paixões.
tive umas alegrias e, de tristezas, um bocado,
mas o que se foi ainda é ido, com poucas exceções.
sou o que fui, e hoje sou contigo melhorado,
com problemas e sonhos, de fato, e, de ti, frações.
desrealiza-te, mas não te tornas pior.
és a maravilha da maravilha em corpo humano,
alentando um outro ser, este, como ser melhor.
e diminui-te sem certeza e repleta de engano:
te vejo e quero estar para sempre ao teu redor.
pois, eterna fantasia ou imensa realidade: eu te amo.