As unhas roídas
que dedilhavam muros e grades,
celas e portões
agora escrevem nas paredes
do indizível.
que dedilhavam muros e grades,
celas e portões
agora escrevem nas paredes
do indizível.
Poesia dependente?
Oras, não somos sustentados
pelo medo do sofrer e pela procura
do tão louvado espasmo de felicidade?
Oras, não somos sustentados
pelo medo do sofrer e pela procura
do tão louvado espasmo de felicidade?
Isso já é ser dependente.
O mesmo ocorre com a poesia,
que inverte sentimentos,
palavras, momentos…
que inverte sentimentos,
palavras, momentos…
Aproveite o instante e feche o livro, o site;
rasgue o papel, avulso como o poeta num mundo de multidões.
rasgue o papel, avulso como o poeta num mundo de multidões.
Não vale a pena desperdiçá-lo comigo.
Não vale a pena perder-se em palavras amargas que nada acrescentam.
Falhamos, é claro. Mas recomeçamos…
Não vale a pena perder-se em palavras amargas que nada acrescentam.
Falhamos, é claro. Mas recomeçamos…
E quero recomeçar contigo.
Quero um novo tempo, sem expansões,
exaltações e maldizeres.
Quero teu amor e um tanto de teu tino ajuizado,
um tanto de teus lábios
e um pouco de teus silêncios.
Quero um novo tempo, sem expansões,
exaltações e maldizeres.
Quero teu amor e um tanto de teu tino ajuizado,
um tanto de teus lábios
e um pouco de teus silêncios.
Basta! Não escreverei sobre ti,
porquanto os fatos são intangíveis.
Qualquer aproximação inexata da realidade nos remete à frustração…
e não precisamos disto para provar
o quanto gostamos um do outro.
porquanto os fatos são intangíveis.
Qualquer aproximação inexata da realidade nos remete à frustração…
e não precisamos disto para provar
o quanto gostamos um do outro.
Nenhuma existência se faz ínfima.
Nenhuma eloquência cala os calados.
Daqui, só me restam versos escritos em rancor, corridamente, somente escritos para mim.
Nenhuma eloquência cala os calados.
Daqui, só me restam versos escritos em rancor, corridamente, somente escritos para mim.
Passas longe, portanto, da poesia voltada para o EU.
Porém, ainda és poesia para o coração
que pulsa um outro, permanente.
Porém, ainda és poesia para o coração
que pulsa um outro, permanente.