ti ti ti-lin-tam
também escutas estrondos enquanto tentas dormir?
acamado e dormente e doente e abandonado
com tudo isso me adjetivaram…
e com tristeza
devo lembrar que todo rol é incompleto
neste refúgio quadrado, tento me concentrar…
tento e falho e tento e falho
como se impossibilidades me dominassem
recentemente, tive uma crise (em meio aos tantos
progressos que conquistei)
tudo é processo, afinal… e tudo é indiferente…
um dia me disseram que haveria amor na saudade
e que haveria saudade na distância.
a culpa do meu abandono é minha, onde está la vie en rose?
antes de minhas silentes agonias
revisito minha infância forjada pelo esquecimento parcial
o eu menino que cantava aos brinquedos morreu
e em minha mão se encontra o punhal
uma gotinha desce do canto da pálpebra contraída
e se estende ao afanar de meu seco anelar.
que se fodam os que me rodeiam! que se fodam todos eles!
enjoei, ecoei
sim, ecoei.
já não ecoo… já não me localizo frente às angústias
há angústias? estou tão bloqueado…
minhas retinas decodificam o aproximar alheio, e são
todos excelentes atores sociológicos…
infelizes, aqui veem alegria…
alegria, alegria! também sei atuar!
sorrisos a tudo! sorrisos a todos!
… e na solidão
o pranto silencioso aparece até a aurora de meus outros palcos
amor, aprendi significantes aos meus vocativos
mas sua outra metade se esvaiu
e ruiu e sofreu e sorriu
sempre amareladamente…
e destruiu e mordeu e cuspiu
sempre sem sempres afetivos…
sempre vil em seu mundo doente…
é normal fragmentar a vida?
e que será viver senão um findo retornar eterno?
tilinto… tintim!…
um brinde aos otimistas! um brinde às suas saúdes!
não! são saudáveis!
a espessa blindagem ilusória protege-os
um brinde a ninguém! um brinde à ausência de nós!
nada sou e nada serei!
e no fim do dia, quando a nós retornamos,
estamos todos lamentavelmente sós.