On the Death of a Poem A. K. Ramanujan (1929-1993)
Images consult one another,
a conscience- stricken jury,
and come slowly to a sentence
Da Morte de um Poema A. K. Ramanujan (1929-1993) Tradução: Paulo Mielmiczuk (1995 -)
Imagens consultam uma à outra,
um júri consciente- ‘stremecido,
e vêm serenas a uma sentença
____________________
The Striders A. K. Ramanujan (1929-1993)
And search for certain thin- stemmed, bubbled-eyed water bugs. See them perch on dry capillary legs weightless on the ripple skin of a stream.
No, not only prophets walk on water. This bug sits on a landslide of lights and drowns eye- deep into its tiny strip of sky.
As Aranhas-D’Água A. K. Ramanujan (1929-1993) Tradução: Paulo Mielmiczuk (1995 -)
E busque por certos insetos d’água, olhos-de-bolha e tronco fino. Veja-os pousar em secas pernas capilares levíssimos na pele ondeada do curso d’água.
Não, não só profetas andam n’água. Este inseto senta num deslize de luzes e imerge olho- intenso em sua mera fatia de céu.
____________________
Self-Portrait A. K. Ramanujan (1929-1993)
I resemble everyone but myself, and sometimes see in shop-windows, despite the well-known laws of optics, the portrait of a stranger, date unknown, often signed in a corner by my father.
Autorretrato A. K. Ramanujan (1929-1993) Tradução: Paulo Mielmiczuk (1995 -)
Me pareço com todos exceto eu mesmo, e vez ou outra vejo nas vitrines, a despeito das consagradas leis da ótica, o retrato de um estranho, data incerta, amiúde apontado na esquina por meu pai.
Pessoas que julgava conhecer mas não se lembra lhe saúdam: Muito boa tarde. Todos bem em casa? Uma guria alegre lhe dá um beijo. As lojas mudaram de lugar e as fachadas são de outras cores: alguém borrou o anúncio do café. As árvores são tílias e não bananeiras e arrancaram os bancos da praça. Onde estará sua casa? Este portal não é; horas em branco. O que faz aqui? Como se chama e quem está lhe seguindo? Equivocou sua vida; não seu bairro.
EQUIVOCÓ SU VIDA
José Agustín Goytisolo
Personas que creía conocer pero que no recuerda le saludan: Muy buenas tardes. ¿Todos bien en casa? Una muchacha alegre le da un beso. Las tiendas han cambiado de lugar y las fachadas son de otros colores: alguien borró el anuncio del café. Los árboles son tilos y no plátanos y arrancaron los bancos de la plaza. ¿Dónde estará su casa? Este portal no es; horas en blanco. ¿Qué hace aquí? ¿Cómo se llama y quién le está siguiendo? Equivocó su vida; no su barrio.
«Las horas quemadas», 1996
XIX PRECISAMENTE
José Agustín Goytisolo Tradução: Paulo Mielmiczuk
Pensando em seu final dizem alguns qualquer lugar é bom uma clareira um buraco na vala o fogo o fumo desfazer-se no mar. Porém eu dado aos mitos e às ironias prefiro imaginar que haverei de corromper-me aqui debaixo desta laje com teu nome inscrito precisamente onde tu não estás.
XIX PRECISAMENTE
José Agustín Goytisolo
Pensando en su final dicen algunos cualquier lugar es bueno un descampado un hoyo en la cuneta el fuego el humo deshacerse en el mar. Pero yo dado a los mitos y a las ironías prefiero imaginar que habré de corromperme aquí bajo esta losa con tu nombre inscrito precisamente donde tú no estás.
«Final de un adios», 1984
_________________
É NECESSÁRIO
José Agustín Goytisolo Tradução: Paulo Mielmiczuk
Para que surja um artista é necessário que concorram algumas circunstâncias como estas:
que sua família esteja bem apadrinhada que a mãe não conte seus desastres que o pai deixe de comportar-se como uma besta que o tirano da vez ame os livros que os periodistas sejam misericordiosos que ninguém defraude as esperanças que não se fale em direitos humanos que fechem os colégios e as prisões que todo o mundo possa pisar a relva que nenhum homem queira salvar os demais.
E por fim para que surja um artista se precisa que nasça um filho e logo não morra do desgosto.
ES NECESARIO
José Agustín Goytisolo
Para que surja un artista es necesario que concurran algunas circunstancias como éstas:
que su familia esté bien avenida que la madre no cuente sus desastres que el padre deje de comportarse como una bestia que el tirano de turno ame los libros que los periodistas sean misericordiosos que nadie defraude las esperanzas que no se hable de derechos humanos que cierren los colegios y las cárceles que todo el mundo pueda pisar el césped que ningún hombre quiera salvar a los demás.
Y en fin para que surja un artista se precisa que nazca un niño y luego no muera del disgusto.
Linda Pastan (1932 –) Tradução: Paulo Mielmiczuk (1995 –)
Na aula de ética muitos anos atrás nossa professora perguntava todo outono: num eventual incêndio em um museu qual você salvaria, uma obra de Rembrandt ou uma senhora que não teria muitos anos restantes? Agitados em duras carteiras pouco ligando pra arte ou velhos optávamos pela vida num ano e pela arte noutro e sempre com pesar. Às vezes a mulher emprestava o rosto da minha vó deixando a cozinha habitual pra vagar por um museu frio e meio-imaginado. Um ano, sentindo esperta, questionei por que não deixar a mulher decidir? Linda, a professora diria, esquiva-se dos fardos da responsabilidade. Neste outono num museu real estou diante dum Rembrandt real, sendo eu uma senhora, ou quase. As cores neste quadro são mais escuras que o outono, até mesmo que o inverno – os marrons da terra, embora seus elementos mais radiantes ardam por meio da tela. Eu sei agora que aquela senhora e pintura e estação são quase unas e muito longe da salvação das crianças.
ETHICS
Linda Pastan (1932 –)
In ethics class so many years ago our teacher asked this question every fall: if there were a fire in a museum which would you save, a Rembrandt painting or an old woman who hadn’t many years left anyhow? Restless on hard chairs caring little for pictures or old age we’d opt one year for life, the next for art and always half-heartedly. Sometimes the woman borrowed my grandmother’s face leaving her usual kitchen to wander some drafty, half imagined museum. One year, feeling clever, I replied why not let the woman decide herself? Linda, the teacher would report, eschews the burdens of responsibility. This fall in a real museum I stand before a real Rembrandt, old woman, or nearly so, myself. The colors within this frame are darker than autumn, darker even than winter — the browns of earth, though earth’s most radiant elements burn through the canvas. I know now that woman and painting and season are almost one and all beyond saving by children.
As Crianças Afogadas Louise Glück (1943 -) Tradução: Paulo Mielmiczuk (1995 -)
Você percebe, elas não julgam. Então é natural que devam se afogar, primeiro o gelo engolindo-as e então, o inverno inteiro, seus cachecóis flutuando sobre si enquanto afundam até que enfim se calam. E a lagoa soergue-as em seus múltiplos braços sombrios.
Mas a morte deve vir a elas diferentemente, bem próxima do início. Como se sempre tivessem sido cegas e despreocupadas. Logo o resto é sonhado, a lâmpada, o bom pano branco cobrindo a mesa, seus corpos.
E ainda assim escutam os nomes que usavam como iscas deslizando sobre a lagoa: O que vocês estão esperando venham pra casa, pra casa, perdidas nas águas, tristes e permanentes.
The Drowned Children Louise Glück (1943 -)
You see, they have no judgment. So it is natural that they should drown, first the ice taking them in and then, all winter, their wool scarves floating behind them as they sink until at last they are quiet. And the pond lifts them in its manifold dark arms.
But death must come to them differently, so close to the beginning. As though they had always been blind and weightless. Therefore the rest is dreamed, the lamp, the good white cloth that covered the table, their bodies.
And yet they hear the names they used like lures slipping over the pond: What are you waiting for come home, come home, lost in the waters, blue and permanent.
Fim de Linha Louise Glück (1943 -) Tradução: Paulo Mielmiczuk
Eu disse, “Escuta, anjo, me livra disto.” Eu disse, “Me divorcia desta droga, na dieta persisto De abuso com cereal, abuso Com vodca e de tomate o suco, Suas cartas de amor enfiadas dentre os bricabraques.” Permanecer foi meu modo de contra-ataque. As louças dele lavei e cuidei de sua anemia Quatro meses—a perversa moradia Padrão conjunta. Mas meu querido, meu querido Se agora eu sonho com suas mãos, seu cabelo, É daquele fim de linha candente Que sinto falta. Como xadrez. Mente contra mente.
Dead End Louise Glück (1943 -)
I said, “Listen, angel, wean me from this bit.” I said, “Divorce me from this crap, this steady diet Of abuse with cereal, abuse With vodka and tomato juice, Your planted billets doux among the bric-a-brac.” Staying was my way of hitting back. I tended his anemia and did the dishes Four months—the whole vicious, Standard cohabitation. But my dear, my dear, If now I dream about your hands, your hair, It is the vividness of that dead end I miss. Like chess. Mind against mind.
A um Certo Cidadão Walt Whitman (1819 – 1892) Tradução: Paulo Mielmiczuk (1995 -)
Você pediu doces rimas de mim? Buscou a paz e as lânguidas rimas do cidadão? Achou que o que cantei era difícil de acompanhar? Pois ainda não estava cantando tão difícil de seguir, de entender – ainda não estou; (Eu nasci do mesmo que a guerra nasceu, O barulho da marcha é sempre doce para mim, bem amo a endecha militar, Com o lento lamento e o convulsivo vibrar conduzindo o funeral do comandante;) O que você tem a ver com um poeta como eu? deixe minhas obras, E vai ninar com o que consegue compreender, com melodias de piano, Pois não acalmo ninguém, e você jamais vai me entender.
To a Certain Civilian Walt Whitman (1819 – 1892)
Did you ask dulcet rhymes from me? Did you seek the civilian’s peaceful and languishing rhymes? Did you find what I sang erewhile so hard to follow? Why I was not singing erewhile for you to follow, to understand—nor am I now; (I have been born of the same as the war was born, The drum-corps’ rattle is ever to me sweet music, I love well the martial dirge, With slow wail and convulsive throb leading the officer’s funeral;) What to such as you anyhow such a poet as I? therefore leave my works, And go lull yourself with what you can understand, and with piano-tunes, For I lull nobody, and you will never understand me.
MEDUSA Sylvia Plath (1932-1963) Tradução: Paulo Mielmiczuk (1995 –)
Longe da península de pétreas mordaças, Olhos revirados por varetas brancas, Orelhas colhendo as incoerências do mar, Alojas tua enervante cabeça-globo-Divino, Lentes de piedades,
Teus parasitas Firmando células ferinas à sombra de minha nau Pulsando feito corações, Rubros estigmas bem no centro, Navegando a correnteza até o mais perto partir,
Arrastando seus cabelos de Jesus. Escapei, eu pergunto? Minha mente sopra até ti Velho umbigo-craca, cabo Atlântico, Mantendo-te, parece, em milagrosa conservação.
De todo modo, estás sempre lá, Trêmula respiração ao fim de minha linha, Curso d’água saltando Da minha vara, deslumbrand’e agradecendo Tocando e sugando.
Não te chamei. Não te chamei mesmo. No entanto, no entanto Vieste a mim a vapor pelo mar Gorda e rubra, uma placenta Paralisando os intensos amantes. Luz de naja Estrangulando hálito dos sinos sanguíneos Da fúcsia. Não pude respirar, Morta e sem grana,
Superexposta, como um raio-X. Quem pensas que és? Hóstia de comunhão? Maria Parteira? Não vou morder teu corpo, Garrafa aonde vivo,
Vaticano espectral. Estou farta de sal quente. Imaturos como eunucos, seus anseios Sibilam aos meus pecados. Sai, sai, tentáculo d’enguia!
Não há nada entre nós
MEDUSA Sylvia Plath (1932-1963)
Off that landspit of stony mouth-plugs, Eyes rolled by white sticks, Ears cupping the sea’s incoherences, You house your unnerving head-God-ball, Lens of mercies,
Your stooges Plying their wild cells in my keel’s shadow, Pushing by like hearts, Red stigmata at the very center, Riding the rip tide to the nearest point of departure,
Dragging their Jesus hair. Did I escape, I wonder? My mind winds to you Old barnacled umbilicus, Atlantic cable, Keeping itself, it seems, in a state of miraculous repair.
In any case, you are always there, Tremulous breath at the end of my line, Curve of water upleaping To my water rod, dazzling and grateful, Touching and sucking.
I didn’t call you. I didn’t call you at all. Nevertheless, nevertheless You steamed to me over the sea, Fat and red, a placenta Paralysing the kicking lovers. Cobra light Squeezing the breath from blood bells Of the fuscia. I could draw no breath, Dead and moneyless,
Overexposed, like an X-ray. Who do you think you are? A Communion wafer? Blubbery Mary? I shall take no bite of your body, Bottle in which I live,
Ghastly Vatican. I am sick to death of hot salt. Green as eunuchs, your wishes Hiss at my sins. Off, off, eely tentacle!
We have not long to love Tennessee Williams (1911-1983)
We have not long to love. Light does not stay. The tender things are those we fold away. Coarse fabrics are the ones for common wear. In silence I have watched you comb your hair. Intimate the silence, dim and warm. I could but did not, reach to touch your arm. I could, but do not, break that which is still. (Almost the faintest whisper would be shrill.) So moments pass as though they wished to stay. We have not long to love. A night. A day….
Não temos tempo para amar Tennessee Williams (1911-1983) Tradução: Paulo Mielmiczuk (1995 –)
Não temos tempo para amar. A luz não permanece. As coisas doces são aquelas que a gente esquece. Tecidos grossos são aqueles pra no dia a dia usar. Em silêncio observei você seus cabelos pentear. Intime o silêncio, ameno e ofuscado. Eu podia, mas não tive teu braço tocado. Eu podia, mas não cheguei ao que perdura romper. (Quase o mais fraco sussurro estridente veio a ser). Então momentos passam como quem permanecer queria. Não temos tempo para amar. Uma noite. Um dia…
The Little Boy Found William Blake (1757 – 1827) The little boy lost in the lonely fen, Led by the wandering light, Began to cry, but God, ever nigh, Appeared like his father, in white.
He kissed the child, and by the hand led, And to his mother brought, Who in sorrow pale, through the lonely dale, Her little boy weeping sought.
O menininho encontrado William Blake (1757 – 1827) Tradução: Paulo Mielmiczuk (1995 –)
O menininho no brejo solitário, Guiado pela luz a oscilar, Começou a chorar até que Deus, à noite, Surgiu como seu pai, para lhe reconfortar
Ele beijou o menino e levou-o pela mão, Trouxe-o a sua mãe, toda pesarosa Por ter no vale buscado sem encontrar Sua criança chorosa.
Temples he built and palaces of air, And, with the artist’s parent-pride aglow, His fancy saw his vague ideals grow Into creations marvelously fair; He set his foot upon Fame’s nether stair. But ah, his dream, —it had entranced him so He could not move. He could no farther go; But paused in joy that he was even there! He did not wake until one day there gleamed Thro’ his dark consciousness a light that racked His being till he rose, alert to act. But lo! what he had dreamed, the while he dreamed, Another, wedding action unto thought, Into the living, pulsing world had brought.
O Sonhador Paul Laurence Dunbar (1872–1906) Tradução: Paulo Mielmiczuk (1995 –)
Templos por si construídos e palácios de ar, E, com o orgulho dos seus inflamado, Seu luxo viu seu vão ideário aumentado Com as maravilhas de seu inventar; Na fútil escadaria da Fama seu pé fez firmar. Mas ah, seu sonho, — deixou-o tão encantado, Que não se movia. Permanecia parado, Não avançava pelo êxtase de ali estar. Não acordou até que brilhou Em sua mente sombria uma luz que atormentava Seu ser e o erguia e o despertava. Mas então! seu sonho, enquanto sonhou, Outro, juntando ação e quimera, Ao vívido e pulsante mundo trouxera.
To enter that rhythm where the self is lost Muriel Rukeyser (1913 – 1980)
To enter that rhythm where the self is lost, where breathing : heartbeat : and the subtle music of their relation make our dance, and hasten us to the moment when all things become magic, another possibility. That blind moment, midnight, when all sight begins, and the dance itself is all our breath, and we ourselves the moment of life and death. Blinded; but given now another saving, the self as vision, at all times perceiving, all arts all senses being languages, delivered of will, being transformed in truth— for life’s sake surrendering moment and images, writing the poem; in love making; bringing to birth.
Ingressar no ritmo em que o eu se esvai Muriel Rukeyser (1913 – 1980) Tradução: Paulo Mielmiczuk (1995 –)
Ingressar no ritmo em que o eu se esvai, onde respirar : palpitação : e a música sutil da sua junção fazem nossa dança, e aproximam- -nos do momento em que as coisas viram mágica, outra possibilidade. Aquele apagão, meia-noite, quando imagens vêm, e a dança é só respiração, e nós mesmos somos momento de vida e extinção. Cegos; mas presenteados com outro alento, o eu avistado, a todo instante interpretando, todas as artes todas as sensações como linguagens, entregues pela vontade, transformadas em verdade— pelo bem da vida renunciando a momentos e imagens, escrevendo o poema; apaixonando; trazendo à luz.
Flaubert wanted to write a novel About nothing. It was to have no subject And be sustained upon style alone, Like the Holy Ghost cruising above The abyss, or like the little animals In Disney cartoons who stand upon a branch That breaks, but do not fall Till they look down. He never wrote that novel, And neither did he write another one That would have been called La Spirale, Wherein the hero’s fortunes were to rise In dreams, while his waking life disintegrated. Even so, for these two books We thank the master. They can be read, With difficulty, in the spirit alone, Are not so wholly lost as certain works Burned at Alexandria, flooded at Florence, And are never taught at universities. Moreover, they are not deformed by style, That fire that eats what it illuminates.
Estilo Mona Van Duyn (1921 – 2004) Tradução: Paulo Mielmiczuk (1995 –)
Flaubert queria escrever um romance Sobre nada. Deveria ser isento de assunto E sustentado somente pelo estilo, Como o Espírito Santo pairando sobre O abismo, ou como os animaizinhos De cartoons da Disney que não caem Do galho que se parte Até olharem para baixo. Ele nunca o escreveu, Tampouco escreveu outro Que seria chamado La Spirale, No qual as riquezas do herói cresceriam Em sonhos, enquanto sua vida real desintegraria. Ainda assim, por esses dois livros Agradecemos ao mestre. Eles podem ser lidos, Com dificuldade, apenas na alma, Não são tão perdidos como outras obras Queimadas em Alexandria ou afogadas em Florença E nunca são ensinados em universidades. Além disso, não são deformados pelo estilo, fogo que devora o que ilumina.