Perfeição?

simétrico
teu rosto buscas
incerto por onde a perfeição
ainda imatura
como teu rosto
existirá liturgicamente

simétrico, é verdade
o rosto esculpido
os músculos tesos
cabelos harmônicos
e veias alinhadas

michelangeliano

naquele tempo, dizias
o povo incompetente
feio e amargo

e hoje não és povo
é fato
és só

esqueceste de teu rosto
as lâminas de teu complexo
te talharam por inteiro

esqueceste de tua queda
e da escultura-armadura que se depôs em cacos
deuzinho que brincava de ser supremo

desarmado de ilusões, encaras
agora
teu reflexo no espelho estraçalhado

PUBLICAÇÕES

Noturno (2021)

Sobre

“espantosa opacidade do além-visto”. A frase aparece no último poema do livro e narra sobre quando não conseguimos ver muito longe de onde estamos, e, pior do que isso, não queremos ver. Penso que isso nos dá uma pista sobre qual é a preocupação do Paulo nesse livro: fazer a gente ver além. 

O procedimento mais comum do livro é a paródia, que vai do Hino Nacional até Vinicius de Moraes passando por contratos, inclusive com linhas para serem preenchidas, e, pasme, até um boleto, com código de barras e tudo mais. Mas por que tanta paródia? 

A paródia tira ideias cômicas ou no mínimo inusitadas de um poema anterior. O que num soneto de Dante era a beleza indescritível da saudação de sua amada, vira, na paródia do Paulo, um político tentando conseguir votos. Nessa brincadeira, somos colocados para enxergar coisas bem diferentes das que estão ali no original. E há uma razão para isso. 

Depois que nos acostumamos a ver além das aparências políticas ou do sistema literário, fica difícil olhar para as coisas do mesmo jeito. “espantosa opacidade do além-visto”. 

Matheus de Souza 

Informações técnicas

título: Noturno
autor: Paulo Mielmiczuk
editora: Kotter Editorial
isbn: 978-65-89624-50-9
idioma: Português
encadernação: Brochura
páginas: 80
ano de edição: 2021
edição: 1ª
preço:  R$39,70


Onde comprar

Com o autor (frete fixo de R$8,00 para todo o Brasil)

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PIX

(11)95902-5295 (Nubank)
enviar comprovante para mielmiczukpaulo@gmail.com, com endereço completo.

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Naufrágio (2020)

Sobre

Segundo livro do poeta Paulo Mielmiczuk, Naufrágio é angustiante. Conta com poemas que revelam a dor do eu lírico, ora amável e esperançoso, ora ácido e desiludido, frente à passagem da adolescência à vida adulta. Destaca-se a presença de desenhos de Suchetana Mukhopadhyay, artista da Índia, que não se colocam na função de espelho dos poemas, mas, sim, de ampliar as possibilidades estéticas e interpretativas da obra. A poesia pictórica de Suchetana exerce um papel significativo, pois se mescla com elementos de desamparo, solidão e de não-ser, presentes nos poemas textuais de Mielmiczuk.

Informações técnicas

título: Naufrágio
autor: Paulo Mielmiczuk
editora: Kotter Editorial
isbn: 978-65-80103-94-2
idioma: Português
encadernação: Brochura
formato: 15 x 21
páginas: 97
ano de edição: 2020
edição: 1ª
preço:  R$35,00


Onde comprar

Com o autor (frete fixo de R$8,00 – já incluído no link)

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PIX

(11)95902-5295 (Nubank)
enviar comprovante para mielmiczukpaulo@gmail.com, com endereço completo.

Kotter Editorial

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Poética (2014)

Poética - Paulo Mielmiczuk

Sobre

Obra de estreia do poeta Paulo da Costa Mielmiczuk, Poética é o conjunto de poemas concretos, nostálgicos, idílicos e melancólicos do autor. Influenciada por Arthur Rimbaud, Lord Byron e Pablo Neruda, principalmente, a poesia contida neste livro é marcada por verossimilhança e traços do “teen spirit“. São 61 poemas diversos, uma peça e um conto que reproduzem a leveza, o amor, as angústias e as intrigas de nossas vidas.

Informações técnicas


título: Poética
autor: Paulo Mielmiczuk
editora: Multifoco
isbn: 9788582738993
idioma: Português
encadernação: Brochura
formato: 14 x 21
páginas: 126
ano de edição: 2014
edição: 1ª
preço: R$35,00 


Onde comprar

Com o autor (frete fixo de R$7,00 – já incluído no link)

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Editora Multifoco

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Hino do Brasil

O vírus na caranga, aragens ácidas
Matou um povo egóico, ignorante,
E o sol da inverdade, em pixels fúlgidos,
Brilhou no zap o Pária exultante.

Se o vetor da enfermidade
Conseguimo eliminar com braço forte,
Vem sem freio a sanidade,
Mas ouvir o Capital resulta em morte!

Ó Pátria armada,
Adestrada,
Bangue! Bangue!
Brasil, mugido imenso, intenso abismo
Com amor o ditador à cova desce
Teu gado em seu formoso sonho vívido,
À imagem do AI-5 resplandece.

Gigante ao devastar a natureza,
És zero, és morte, e róis até o osso,
E o teu semblante espalha essa frieza.

Terra cagada,
Entre outras mil
És tu, Brasil,
A desalmada!
Com grana e aviso
Vaccine não se viu
Degolado o
Brasil!

Sedado eternamente, medo esplêndido,
Ao som de tiro e a preços de outro mundo,
Torturas, ó Brasil, fascio da América,
vexame magnânimo e profundo!

Esta terra mal gerida
Devastada, o caixão tem tantas flores
“Nosso povo já sem vida”,
Agoniza gente ampla por rancores.

Ó Pátria armada,
Degolada,
Salve! Salve-nos!

Brasil, um zap eterno, sejas símbolo:
O Ustra que ostentas ‘moldurado
Matou e mataria com esta flâmula
– Que queima e queimou já no passado.

Prescreves cloroquina à própria sorte,
E vês que um filho teu já muge à luta,
Não teme, mas adora a própria morte –

Contaminada!
Entre outras mil
És tu, Brasil,
Que não fez nada!
Dos burros deste solo
És mãe gentil,
A puta que
pariu.

Vossa excremência

Criminoso fascínora e fascista
vagabundo psicopata bebezão
da tortura viúva e parasita
jumento inepto lixo fanfarrão

Perverso demônio reles racista
cruel ególatra impune bufão
inumano obsceno negacionista
crápula e rude tirano ladrão.

Desalmado traíra e doentio
ditador covarde peste embusteiro
lunático vendedor do brasil

Repugnante falso praga anti-vida
rato imoral bronco e embusteiro
“jênio” vil carniceiro e genocida.

Ciranda

sei bem não te sei mas encontro semelhança
vem vem vem correr que criança não descansa
contei um dois têis no joelho essa lembrança
docês day by day tudo alegre em festança
parei pra comer mas dormi enchi a pança
você que me vê a sorrir e não se cansa
eu sei que não sei sou tão sábio sou criança.